quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Jumento - Terrorismo e Circo


Para quem viveu antes do 25 de Abril a liberdade de expressão deve ser um valor intocável. Para os outros, que sempre viveram em Liberdade não terá, eventualmente, a mesma força. Vem esta reflexão a propósito do que se vem passando, todos os dias, neste espaço que deveria ser de convívio e de troca de impressões. 
Claro que sendo, por definição, um espaço de intervenções não identificadas, leva a exageros que não deverão ser valorizados. No entanto, o que se vem passando ultimamente,  uma pessoa (?) “assinando” de várias formas agride todos os participantes e suas famílias, não deve passar em claro. 
O que é mais estranho é que a pessoa em causa tenha merecido, até mostrar esta faceta doentia, o nosso respeito e até, porque não, a nossa estima. Poderia ser, como alguns já escreveram apenas um problema de senilidade, mas parece que extravasa essa faceta. Quando assume e refere o eventual apoio da maioria camarária, o assunto reveste-se de contornos preocupantes. 
Será isto possível? 
Será isto “encomendado”? 
Se assim for, para onde caminha a Liberdade em Góis? 

Reparem que esta postura tem, assumidamente, o propósito de impedir que se discutam assuntos importantes e vitais para o nosso futuro. Alguns participantes habituais deste espaço claramente bem intencionados, deixaram de participar pois não estão dispostos a serem enxovalhados. Eu próprio já hesitei em continuar a, humildemente, tentar contribuir para uma salutar discussão dos nossos problemas. 
O que se passa, actualmente em Góis, é um clima de descontentamento mas, inexplicavelmente, as pessoas parecem ter medo de o mostrar. Problemas como o excesso de pessoal da CM que foi noticiado a semana passado, ou a reestruturação administrativa do País que pode pôr em causa a continuidade de Freguesias e/ou do próprio Concelho, parecem não nos preocupar. 
O arrastar de obras (apenas na sede do Concelho…) por tempo indeterminado (ex: Casa da Cultura, Campo de Futebol, Av. do Carvalhal dos Pombos, ETAR de Vila Nova do Ceira, Praia de Alvares, complexo Turístico do Baião, empreendimento turístico da ADIBER no Baião, abastecimento de água a Vila Nova do Ceira, obras no espaço envolvente da Biblioteca, os Estaleiros Municipais, o Mercado, etc., etc.,etc., ) deveriam levar a interrogações e a uma reflexão colectiva de todos nós. 

E que dizer das constantes festas a que temos assistido? 
Quem as frequenta percebe que os “clientes” são sempre os mesmos e que apenas servem para promover pessoas. Góis volta a estar no Mapa e em todos os jornais, todos os dias. Mas, quanto custa? Em quanto ficou o Góis Arte, a FACIG, as Marchas e as constantes festarolas que, por cá, se promovem? 

A CM explora as Juntas de Freguesia: atribui-lhes subsídios diminutos e não deixa de lhes exigir contrapartidas: queres um espectáculo do Góis Arte? Então pagas aos artistas! Não interessa se concordas, ou não. É assim e pronto!
Como em nossa casa, os orçamentos não são elásticos. Se se gasta em festas e circo, temos de cortar no pão. E este (para mim é palha…) é, francamente, mais importante que aquele. Começo a temer pela sustentabilidade económica e física do nosso Concelho. Gastando-se, como se diz por aí, mais de 15000 € em fogo da artifício e mais de 50.000€ em “Sardets e Cids” está-se, claramente a escolher o Circo em vez do Pão. Esperemos que não tenhamos de vir a “comer” os palhaços do circo…

Estes deveriam ser, em minha opinião, os temas que deveriam aqui ser discutidos por nós. Aliás, deveriam ser discutidos noutros espaços, aberta e francamente. Mas, é isso que não interessa e é isso que o nosso “amigo” tenta impedir, conspurcando tudo em que toca. Misturando o que há mais puro na Poesia com o mais degradante da ofensa, da má educação e da ordinarice. Não vamos deixar que ele consigo os seus intentos.


30/8/11 03:27



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Jumento - AFINAL HÁ MAIS "BURROS"...AINDA BEM


DIÁRIO DE COIMBRA,HOJE

Ainda estamos todos a tempo de mudar

Luís Santarino
A Coimbra socialista, por onde passou e continua a passar tanta e tão boa gente, defensora de valores e princípios inalienáveis, está a transformar-se numa coisa sem jeito.
A última intervenção do Presidente da Concelhia enquanto vereador do Partido Socialista não foi política. Foi de ódio pessoal. O que em política, e sobretudo na sociedade de Coimbra não se pode nem deve admitir. Só a inabilidade para um comportamento ético pode justificar tal afronta a um Partido, que não pode continuar a viver num clima de constante má educação.
Um desvio de 600 euros não poderia nem deveria ser motivo de combate político. Para quem achava que o melhor era eleger um “Princípio de Peter”, aí têm! Fizeram um belo trabalho, não há dúvida!

Como epílogo da cena protagonizada, um jovem pôs fim à vida!
O Secretariado da Comissão Política Concelhia reuniu e decidiu… que foi um mero azar circunstancial! Já nem a vida se respeita!
Em tempos que já lá vão, era uma vez um cidadão que utilizava o carro e o telemóvel de uma empresa pública para o trabalho político partidário. Isso, percebe-se – ou não – para a justiça nada vale, apesar dos milhares de euros de prejuízo. Para a ética socialista tem um valor incomensurável!
Quando a incompetência profissional é levada ao extremo de se confundir expropriações e escrituras, então o desastre ainda é maior. Só que vergonha não é palavra que exista no seu léxico, e daí se lavem as mãos como Pilatos!

Tudo somado é muito mais do que um desvio de 600 euros, que não deixa de ser grave, mas que não pode colocar um jovem numa situação de suicídio. O seu acto só demonstra que era um homem de carácter e que, só num acto de desespero se apropriou daquilo que não lhe pertencia.
O Partido Socialista deve apresentar desculpas à família. É o que faço aqui em meu nome pessoal, dos que me elegeram para a Comissão Política de Federação, pelo respeito que, em qualquer situação, deveremos ter pelo ser humano.
O Presidente da Federação de Coimbra deve assumir uma atitude forte e determinada.
A mulher de César não pode ser só séria; tem de parecer!
Vivemos na sociedade do “vale tudo”! Ainda estamos, todos, a tempo de mudar!
24/8/11 04:44



O Jumento- Ética Jornalística, Politica e o Interesse Público

Aparente suicídio: Seria pedir muito? 


Escrito por Rui Avelar Sábado, 20 Agosto 2011 13:11 
Um funcionário dos SMTUC ter-se-á suicidado, anteontem (18), sendo que, na véspera, em reunião camarária, foi invocado um caso de desvio de 600 euros, de que ele seria autor.
Quero crer que o suspeito não pôs termo à vida apenas por um vereador, com discrição, ter aludido ao episódio, numa sessão da autarquia, mas o respeito pela vítima, pai de um rapaz (menor de idade), impõe-me que não especule sobre o assunto.
Uma questão assalta, entretanto, o meu espírito: Seria pedir muito que um Jornal não divulgasse a identidade da vítima? Acho que não, sobretudo quando esse Jornal opta pela ocultação de nomes de suspeitos quando eles são portadores de determinado estatuto.


Esta notícia, que foi replicada em vários jornais da região e nacionais, merece uma reflexão profunda. A história conta-se muito facilmente. Detecta-se um aparente desfalque de 600 (seiscentos) euros num serviço da CM de Coimbra. Um vereador da oposição levanta a questão na reunião de Câmara pois acha que aqui estava um motivo fortemente político para atacar a maioria que governa a Câmara. A notícia é publicada nos jornais, um na primeira página, identificando o EVENTUAL “criminoso”.

Este, fortemente envergonhado, põe fim à vida, deixando mulher e um filho menor. 
As questões que nos devem levar a reflectir são, primeiramente, qual o papel das oposições camarárias. Devem estar lá para fazer política a todo o custo, ou antes, para colaborar no essencial e diferir apenas nos aspectos realmente políticos? Pode e deve acusar-se um presidente de Câmara ou vereador por um trabalhador num momento de desvario ter uma conduta menos própria? É esse o seu papel? É para isso que foi eleito? Um político, na oposição deve fazer tudo para reconquistar o poder? A qualquer preço?

A segunda interrogação que se pode fazer é o papel da imprensa. Deve publicar tudo? Sem critérios e confirmação da notícia? Sem respeito pela privacidade de cada um?
Todos temos a noção que, cada vez mais só aparecem notícias, principalmente nos jornais regionais, que são PAGAS. E são-no, não directamente, mas através da publicidade que lhes é atribuída. E, se não for essa publicidade, os jornais fecham. E se fecham, os funcionários vão para o desemprego. Não será isto uma “pescadinha de rabo na boca”. O “Bocassa” da Madeira é, constantemente, acusado de ter um jornal para publicitar as suas obras e a sua imagem pago por dinheiros públicos. E Coimbra, não tem? E Arganil, não tem? E Góis, não tem?
Os dois jornais de Coimbra noticiaram, nas suas edições de 2ª feira, uma pretensa violação de uma jovem durante a concentração de Góis. Terão feito algum trabalho de campo no sentido de confirmar, ou não, a notícia? Uma jovem é encontrada vestida, mas sem cuecas, sobre um “capot” de um carro, diz que foi violada e a notícia é, imediatamente, publicada. E se for mentira? Quem é o responsável pelos prejuízos que daí advêm para o Góis motoclube, para a concentração e para a imagem de Góis? Não há responsáveis?

Voltando à notícia inicial, a minha indignação é enorme. Não deveriam ser julgados o Sr. Vereador e os jornais que publicaram a notícia e identificaram o infractor por autores morais de um homicídio (sob a forma de suicídio…)?
Falta apenas dizer que o jovem que, eventualmente, se apropriou indevidamente de 600 euros, tinha 35 anos. Não teria tempo de expiar esse “crime”? Quanto 600 euros não são “desviados” diariamente pelos políticos da nossa praça, em telemóveis, ajudas de custo, almoços, deslocações, etc., etc., etc..
SERÁ QUE SOU BURRO……..OU QUEREM FAZER DE MIM BURRO?


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Acampamento anual da Leswork reúne comunidade lésbica


Góis recebe quinta-feira o acampamento anual de mulheres onde os 'meninos' estão proibidos de entrar.

Os homens hetero, homo e bissexuais frequentam sítios onde as 'meninas' não entram e, por isso, a rede Leswork vê com naturalidade a organização de um acampamento que veda a entrada ao sexo masculino .


Leswork  (junção das palavras lesbian e network), atualmente com 700 membros, "é uma rede fechada, aberta apenas à participação feminina, sendo que as nossas participantes são sobretudo lésbicas e bissexuais", o que não quer dizer que a iniciativa seja fechada a heterossexuais, explicou à agência Lusa Cláudia Borralho, criadora desta rede virtual (com página no Facebook)."Na verdade, todas as raparigas são bem-vindas, mas uma heterossexual não terá grande interesse porque aquelas pessoas que vão lá querem conhecer amigas com a mesma orientação sexual, as mesmas questões, os mesmos problemas", realça.O acampamento anual da Leswork (que já organizou uma iniciativa semelhante no ano passado e foi também responsável pelas duas festas Lesboa já feitas em Lisboa) vai realizar-se de quinta-feira a domingo, em Góis, com duas dezenas de participantes inscritas.

Oportunidade para socializar, mas também para aprender


O acampamento pretende "trazer as pessoas para fora da Internet", pondo "pessoas de vários pontos do país em contacto umas com as outras", tendo como objetivo "sobretudo divertir a malta", mas também com "uma vertente didática", incluindo "perguntas sobre o movimento LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros], sobre as associações que existem em Portugal", refere Cláudia Borralho. "Há uma preocupação em dar informação também, sem ser maçudo, sem ser cansativo", acrescenta. Cláudia Borralho criou a rede porque considerava - e continua a considerar - que "existem poucos espaços físicos, e mesmo virtuais, dirigidos apenas a raparigas, apenas a este público específico cuja orientação sexual seja bissexual ou lésbica".

Leswork quer mais locais destinados à comunidade lésbica


"Eu moro perto do 'Elefante Branco'. Se eu quiser entrar no 'Elefante Branco', eu só entro de duas formas, ou como empregada da limpeza ou como stripper. Os homens têm espaços físicos onde só eles entram e isso é aceitável. Nós não questionamos isso, não vou forçar a minha entrada num espaço como o 'Elefante Branco'. Os homens gays, por exemplo, têm saunas onde nós não podemos entrar, (...), têm quartos escuros onde nós não podemos entrar. As lésbicas, as mulheres, não têm um espaço físico onde se encontrar", compara.


A Leswork tenta "colmatar um pouquinho essa falha" com a consciência de estar a dar um "pequeno passo", porque "ainda é um pouco cedo para Portugal" em matéria de defesa de direitos relacionados com a orientação sexual, considera Cláudia Borralho. "As mulheres são discriminadas, mas é importante notar que muitas delas também se discriminam, elas aceitam essa discriminação como uma coisa normal", sublinha, apontando: "Antes de sermos lésbicas ou bissexuais ou heterossexuais somos mulheres, e antes de sermos mulheres somos seres humanos, isso é o que nos une". in Expresso 24/08/11 Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/acampamento-anual-da-leswork-reune-comunidade-lesbica=f669660#ixzz1Vy1kiLr1

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Góis no Mapa

O que, nos últimos dias, foi dito sobre Góis na Imprensa:
  • ACORDA SEM CUECAS EM CONCENTRAÇÃO; Correio da Manhã 24/08/11

  • Jovem diz ter sido vítima de violação em Góis; Diário as Beiras 23/08/11
  • Dois motociclistas sofrem ferimentos graves em despisteDiário as Beiras 22/08/11
  • Motociclistas com a boca na palhinha da Sagres Zero rumam a casa sem álcool;  Diário as Beiras 22/08/11
Festa motorizada dominou Góis
em mais uma edição de sucesso
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Concentração Mototurística termina hoje com um saldo mais uma vez positivo, muito embora não tenham sido alcançados os 10 mil visitantesA pacata vila de Góis voltou, por mais um ano, a ser literalmente invadida por milhares de motociclistas, e não só, numa tradição que já tem 18 anos e promete continuar, assim haja vontade por parte do Góis Moto Clube e dos seus parceiros. Segundo a organização, não terão sido alcançados os 10 mil participantes, entre motociclistas e os visitantes que apenas querem ver os concertos, mas, mesmo assim, o saldo é positivo e já está a ser pensada a edição de 2012.
(Leia mais na edição impressa do Diário de Coimbra)
Diário de Coimbra 21/08/11


Vinte concelhos com risco máximo de incêndio

Vinte concelhos de Portugal continental estão hoje com risco máximo de incêndio, segundo o Instituto de Meteorologia, um dia depois de ter sido alcançado o recorde de fogos este mês.
Coimbra, com Miranda do Corvo, Arganil, Góis e Pampilhosa da Serra,  e Viseu, com São Pedro do Sul, Castro Daire, Vila Nova de Paiva e Cinfães,  são os distritos com mais concelhos em risco máximo de incêndio, quatro. 
Correio da Manhã 11/08/11

Há quatro municípios do distrito de Coimbra com mais funcionários do que a média nacional


Ninguém se entende sobre o número real de funcionários das autarquias. Em maio, ainda antes das eleições, o Governo dava conta de 600 funcionários menos, desde o início do ano (corte de 0,45 por cento). Já emagosto, contas feitas pelo “Jornal de Negócios” apontam para um aumento de8.954 trabalhadores, desde 2008.
Os números divulgados pelo jornal têm como base as estatísticas de 2010, para as autarquias, e os Censos 2011. Desta forma, é possível estabelecer uma relação de número de funcionários por mil habitantes. E constatar que a média nacional era de 18,5, em 2008, tendo subido para 19,6, em dois anos
Apesar de tudo, houve mais municípios a reduzir efetivos: 156, enquanto 152 aumentavam. Em termos absolutos, em dois anos, foram reduzidas 4.406 pessoas, mas as contratações ascenderam a 13.360.
Aumento enganador
Trata-se, porém, de uma evolução algo enganadora. É que, durante o ano de 2009, cerca de um terço dos municípios (mais concretamente 112) aceitou aderir a um acordo, com o Governo, para a transferência de competências na área da Educação. Ao todo, segundo dados da ANMP, foram cerca de 11 mil novos trabalhadores – auxiliares, sobretudo –, a serem integrados nos quadros das câmaras.
Mais informação na edição impressa do DIÁRIO AS BEIRAS de 22 de Agosto

sábado, 20 de agosto de 2011

Concentração Mototurística de Góis atinge maioridade


São cerca de 20.000 os motociclistas e simples curiosos que rumam a Góispara, durante este fim-de-semana, participar em mais uma Concentração Mototurística. O evento já vai na sua 18.ª edição e, segundo o vice-presidente do Góis Moto Clube, a experiência tem enriquecido a iniciativa. Para Jaime Garcia, “já não há muita coisa que se consiga melhorar”, apenas as “condições de segurança e a qualidade de animação” que, de ano para ano, vão crescendo.
Desde ontem, primeiro dia da concentração, que a “área radical é a maior novidade” do evento que se prolonga até domingo, no parque do Baião. No entanto, há outros objetivos para a edição da maioridade e um deles é começar a tornar a concentração mais verde e amiga do ambiente. Este ano, a organização fala na recuperação e reflorestação do parque do Baião que é, naturalmente, afetado pela passagem dos motociclistas.
Além disso, nas próximas edições, o Góis Moto Clube quer “que a festa seja realizada de forma sustentável”. “Queremos que os consumos sejam feitos no comércio regional e local”, sendo que o objetivo é “sensibilizar os motociclistas para o impacto ambiental”, esclarece Jaime Garcia.
in, Diario das Beiras, 19/08/11 Foto: Gonçalo Manuel Martins

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

VAMOS BRINCAR À CARIDADEZINHA, FESTA, CANASTA E BOA COMIDINHA


O Banco Alimentar distribui alimentos fora de prazo mas que estão em condições de serem consumidos, afirma Isabel Jonet, presidente da instituição.
"Todos os alimentos que saem do Banco Alimentar são objecto de controlo de salubridade por parte da Alicontrol, empresa certificada, e estão em condições de serem consumidos, apesar de alguns já terem ultrapassado o prazo de validade", disse ao CM a responsável, acrescentando: "Agora, por exemplo, estamos a distribuir arroz que está fora do prazo. Entregamos às instituições que recebem os alimentos certificados de salubridade".

A primeira citação e´, como saberão pelo menos os mais velhos, de uma canção de José Barata Moura e a segunda de uma notícia que li no Correio da Manhã.
Vem isto a propósito do que vejo ser usual no nosso concelho. A ajuda que se preconiza é DAR algo. Como se isso chegasse. Como se a esmola não fosse uma forma de aliviar a nossa pesada consciência. Como se dar esmola não seja transformar um pobre ... num pedinte. Não, não damos a cana para que o faminto pesque e, muito menos, o ensinamos a pescar. Nós, damos o peixe para que, quando ele acabar, nos voltem a pedir e assim nos sintamos importantes e influentes. 
E aqui, o problema não é só dos políticos. É também das organizações religiosas, nas instituições de solidariedade social, etc. É um problema que nos toca a todos. Quantos de nós não conhecemos famílias que vivem de e para as "esmolas"? Quantas delas realmente têm de facto, necessidades? Quantas delas, depois da primeira ajuda, levantaram a cabeça e iniciaram uma nova vida?
E isto não deveria ser suficiente para invertermos o nosso procedimento? Quando vamos perceber que o nosso papel na sociedade tem de ser outro? Quando vamos perceber que a nossa consciência não pode ficar aliviada com este constante "brincar à caridadezinha"?
Quando perceberemos que, por determos o poder político e institucional para ajudarmos uns e não todos os que precisam e não o fazemos criteriosamente, em vez de ajudarmos os primeiros (que eventualmente não necessita de ajuda) estamos, isso sim, a prejudicar os segundos...

12/8/11 0

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Jumento - Turismo de Qualidade, Oferta de Excelência

Estou de férias e este fim-de-semana resolvi ir até à Praia dês Canaveias em Vila Nova do Ceira. Devo confessar que é uma das minhas preferidas, pelo espaço, o desafogo, a relva, enfim toda a paisagem que lá se desfruta (também a humana…). 

Porque estamos no Mundo Rural, é engraçado estar na esplanada e ver aquelas lindas vacas deitadas no chão, a apanhar sol. Estou, naturalmente a referir-me aos animais que estão na margem esquerda do rio, dentro de uma cerca, e que pertencem a uma exploração pecuária local. Também o Bar “O caneco” é muito simpático e tem vindo a ser anualmente melhorado. O serviço é eficiente, profissional, atencioso e rápido, o que nem sempre se passa noutros locais. 

No entanto, pude verificar algo que me preocupou. Desde logo, o facto da praia estar cheia de gente (quase toda de fora…) mas, no Bar poucas mesas estavam ocupadas. Percebi que as pessoas, cada vez mais, trazem tudo de casa (até as “mines”…) e só cá deixam o lixo. Será, talvez, o sinal da crise, mas poderá pôr em causa a sustentabilidade destes locais a médio, longo prazo. Nada podemos fazer quanto a isso, dirão alguns, mas parece-me que num Concelho em que tanto se fala de turismo de qualidade, de oferta de excelência e outras balelas idênticas, alguns pormenores poderiam e deveriam ser corrigidos, pois poderiam lever a uma inversão de procedimentos. 

Não se percebe o que se passa com as bandeiras (a azul, a de acessibilidade para todos, etc.). Perderam-se? Não houve candidatura? Parece-me que nestes locais é, talvez, mais importante conservá-los que criá-los. Essas bandeiras tinham um significado muito preciso e a sua ausência pode contribuir para a desconfiança.
Depois, o placard informativo que se encontra à entrada da praia. A cair, nada informa. Um cartaz velho de uma campanha das Lontrinhas que só serviu para encher os bolsos de alguns. Não há, como era costume, qualquer informação sobre a qualidade das águas balneares. Porquê? Já não se fazem análises? A água não está boa para tomar banho? Sendo a porta de entrada na praia, a Câmara Municipal não poderia usar aquele espaço para publicitar o Concelho e os seus monumentos edificados e naturais? Porque não uns folhetos que indiquem o que vale a pena visitar (e há tanto que vale a pena…) no Concelho de Góis?
Depois, o parque de estacionamento. Não poderia ser melhorado? Que tal umas camadas de “toutvenan” bem regadas e compactadas que não permitisse que a falta de educação de alguns permita criar nuvens de poeira que a todos prejudicam. Mas há uma coisa que me deixou perplexo. Quem terá permitido que se montasse um “acampamento” junto ao parque de merendas? Então, em Góis, já não há regras? Qualquer um acampa como e onde quer? Não têm que ser autorizados e licenciados? Não existe fiscalização? Nem quero pensar que aquele acampamento tenha sido superiormente autorizado. E que bonito é passar na rua central da Várzea Pequena e reparar no estendal daquele “acampamento”: é um farto colorido de camisolas, cuecas, toalhas, etc., encavalitadas em cordas estendidas de tenda a tenda.
Já que falamos em turismo e em Góis temos o cuidado de falar Turismo de Qualidade, para quando um palavra sobre os eventuais investimentos na Quinta do Baião: desde logo o da ADIBER. Afinal foi escriturada a venda de parte da Quinta para ser feito um empreendimento de Turismo Rural mas, passado tanto tempo, o silêncio é total. E a outra parte que foi vendida à Naturgóis? Tenho todo o respeito e consideração pelo eventual investidor pessoa que, aliás, não conheço mas atendendo a que se trata de um empreendimento que se irá (?) concretizar num espaço cedido pelo Município e atendendo a que, segundo o próprio, já deveria ter sido iniciado há quase um ano, não deveria haver uma informação aos Goienses? Não teremos esse direito? Se houve tantas reuniões, palestras, notícias nos jornais regionais e locais aquando do seu lançamento não se justificaria agora uma palavra sobre o ponto de situação do empreendimento? 
E, já agora, a nossa imprensa regional não deveria ter uma atitude pró-activa de procurar a notícia e informar sem ser apenas através das notas de imprensa do gabinete da Câmara Municipal, por muito interessantes, actuais e isentas que elas sejam?
SERÁ QUE SOU BURRO...OU QUEREM FAZER DE MIM BURRO?
3/8/11 04:53

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Jumento

Não invejo nada o trabalho dos autarcas de Góis. 
Acredito que tentam fazer o seu melhor para combater o flagelo da desertificação.   
No entanto, os resultados estão à vista: Góis foi um dos concelhos que mais população perdeu. E a reorganização administrativa vem aí e eu, esperando que me engane, acho que o nosso concelho corre sérios riscos de perder a sua autonomia. Não me parece que haja receitas para inverter a situação. 

Temo que o problema não esteja só nas acessibilidades como, por vezes, se faz passar. É um facto que sem investimento não há desenvolvimento, mas o que é que fará um investidor (que, legitimamente procura o lucro...) investir em Góis? 
Interessa-lhe a paisagem, o ar puro, a melancolia do espaço rural? Temo que não.

Esta reflexão tem a ver com a consciência de que não é fácil inverter a situação. Mas isso não quer dizer que não se faça um esforço e se deixe de dar tiros nos pés. 

Ora ficamos a saber que um novo projecto foi aprovado para Góis. O CLDS. Quando pensávamos que seria a Santa Casa da Misericórdia a assumir a sua coordenação, como se passa em todo o País, eis que percebemos que em Góis, essa missão passa a ser da ADIBER. Claro, em PARCERIA (como gostam de frisar...) com várias instituições do Concelho, Santa Casa incluída  E nós, crentes, poderíamos pensar: bom sempre são mais uns postos de trabalho que se criam até 2014. Mais uns jovens que por cá ficam. 
No entanto, lemos os jornais e ficamos a saber que a coordenadora do Projecto vai ser a Dra Sandra David. 
Estranho? Parece! Porquê? 
Porque ela pertence aos quadros da Santa Casa e vai gerir um projecto coordenado pela ADIBER. Mais, ela era a Directora Técnica do Lar de Vila Nova do Ceira e, julgo eu, não irá acumular (não, não vem de mula...que disso percebo eu...) os dois cargos. 

Ou seja: postos criados, nada. Não sei o que pensa o novo Provedor da situação, embora ele nos tenha habituado a uma imagem de seriedade e verticalidade. Mas, não podemos esquecer que é pai...
São estes aspectos que mostram que a linha que divide as parcerias com a promiscuidade é muito ténue. Temos um corpo volante de funcionário, muitos deles técnicos superiores, que fazem parte de uma "bolsa" que vai saltitando de instituição em instituição conforme os interesses...da instituição. Não é raro falar-se com pessoal menos qualificado que nem sabe a qual delas está, no momento, ligado. É assim que não se criam novos postos de trabalho e se tem um grupo incondicional de apoiantes sem espírito critico, sempre aptos a reagir prontamente à voz do dono.
Será que sou burro...?
1/8/11 02:19