Os produtos agrícolas registam o maior grau de auto-suficiência, seguidos das pescas e dos produtos da indústria alimentar. O vinho é o único produto que regista uma taxa de auto-suficiência superior a 100%, sendo também, deste género de bens, o produto mais exportado.
No conjunto dos produtos provenientes da agricultura, da pesca e da indústria alimentar e das bebidas, Portugal apresenta, em média, um grau de auto-suficiência alimentar de 81%.
Nos produtos agrícolas, que incluem o vinho e o azeite, o grau de auto-suficiência situa-se nos 83%. O valor, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira, revela “uma forte dependência do exterior em cereais e oleaginosas”. Já o vinho regista um grau de auto-suficiência superior a 100%.
Os produtos provenientes do sector das pescas registam uma auto-suficiência de 82%, entre 2006 e 2010, e o grau dos produtos da indústria alimentar é de 79%. Os dados revelam que o País assegura uma procura interna de frutos e hortícolas transformados, sem excedentário, no entanto, em conservas de peixe. A maior dependência do exterior verifica-se nos produtos da indústria alimentar da pesca.
Já as bebidas, que não incluem o vinho, evidenciam um crescimento sustentado entre 2006 e 2010, tendo atingido um grau de auto-suficiência de 96% em 2010. O país é auto-suficiente em cerveja e água mineral natural, estando dependente de outras bebidas alcoólicas e não alcoólicas.
Vinho é o produto mais vendido para o mercado externo
No que concerne às exportações, o vinho é o principal produto agrícola vendido para o exterior, representando 50,1% do valor total das exportações deste tipo de bens entre 2006 e 2011, segundo os dados do INE. As exportações de vinho renderam 658 milhões de euros em 2011.
O segundo produto mais vendido para o exterior é o azeite, que representa 7,5% do valor total, somando 150 milhões de euros em 2011.
No total, as transacções dos produtos agrícolas entre 2006 e 2011 representaram, em média, 4,1% do valor global das importações e 3,2% das exportações. O saldo da balança comercial deste género de produtos apresentou um défice de 1,3 mil milhões de euros e uma taxa de cobertura de 48,4%.
in Jornal de Negocios 02/04/13